abc

Todos os dias, ainda de madrugada, dezenas de crianças do bairro Missimbine, no município da Matola percorrem longas distâncias a pé para conseguirem chegar à escola mais próxima. São cerca de duas horas de caminhada sob o frio ou calor, para não perderem o direito à educação. Mas o preço dessa persistência tem sido alto, cansaço extremo, sonolência em sala de aula, medo e em muitos casos um aproveitamento escolar comprometido.

"As vezes desmaiamos ou dormimos na sala devido ao cansaço", conta Elicha, aluna da escola primária Trindade I.

Apesar de estar localizada num município urbano e populoso como a Matola, Missimbine continua fora dos planos de educação, visto que, não há nenhuma escola primárias pública construída no bairro, para centenas de menores, isso significa acordar entre 4h e 5h da manhã para poder caminhar longas distâncias e ainda assim chegar exausto à sala de aula.

" Caminhamos em grupo, porque temos medo principalmente quando ainda está escuro. Os meninos vão juntos, e as meninas também" relatam os estudantes

A falta de uma escola nas proximidades, torna se uma situação agravante para quem vive em condições de pobreza, embora exista uma escola privada na zona, muitas crianças não a frequentam por falta de recursos.

" temos uma escola privada, mas como os nossos pais não têm dinheiro, não vamos lá" explica Elicha.

Contudo, os alunos daquele bairro, pedem para que as outoridades construam uma escola, garantindo assim, sua permanência na escola e uma infância mais digna.

" pedimos para construiren escolas em Missimbini, para diminuirmos a distância. Nós vamos ficar felizes e agradecidos" Diz Chilercia Jaimito. Outra estudante.

Segundo alguns moradores, até ao momento não há qualquer indicação oficial da construção de uma escola pública naquela zona. A comunidade espera por respostas concretas, e por ações. Porque enquanto se caminha duas horas para aprender, o tempo da infância vai ficando para trás.